Este blog surgiu com a proposta de tratar de conteúdos informativos e relevantes da psicologia e suas diversas áreas. Seja bem vindo, este blog é pra você!!!

sábado, 9 de abril de 2011

Casamento: Um desafio a tolerância



Conforme cita Terezinha Féres-Carneiro todo fascínio e toda dificuldade de ser casal, reside no fato de o casal encerrar, ao mesmo tempo, na sua dinâmica, duas individualidades e uma conjugalidade, ou seja, de o casal conter dois sujeitos, dois desejos, duas inserções no mundo, duas percepções do mundo, duas histórias de vida, dois projetos de vida, duas identidades individuais que, na relação amorosa, convivem com uma conjugalidade, um desejo conjunto, uma história de vida conjugal, um projeto de vida de casal, uma identidade conjugal. Como ser dois sendo um? Como ser um sendo dois? Na lógica do casamento contemporâneo, um e um são três, na expressão de Philippe Caillé (1991). Para Caillé, cada casal cria seu modelo único de ser casal, que ele chama de absoluto do casal, que define a existência conjugal e determina seus limites. A sua definição de casal, contém portanto os dois parceiros e seu modelo único, seu absoluto”. 

 O casamento é um ato dramático, no qual dois estranhos, portadores de um passado individual diferente, se encontram e se redefinem. Na troca de idéias, no diálogo e na conversação conjugal, a realidade subjetiva do mundo é sustentada pelos dois parceiros, que vivem confirmando e reafirmando a realidade objetiva internalizada por eles. 

Sobre a separação conjugal, Terezinha, diz que para as mulheres, quando a relação conjugal não vai bem, sobretudo na sua vertente amorosa - admiração, intimidade e relacionamento sexual - a separação conjugal parece inevitável, tendo em vista que, para elas o casamento é sobretudo "relação de amor". Para os homens, entretanto, que definem o casamento como "constituição de família", o fato de a relação amorosa não estar bem não é suficiente para justificar o fim do casamento. Estes dados são confirmados também em estudos realizados na clínica com casais. 

Diz ela que “... em pesquisa de dissertação de mestrado, Magalhães (1993) verificou, num grupo de 20 casais da classe média carioca, com idades variando de 25 a 55 anos, que todas as mulheres por ela entrevistadas, menos uma, definiram casamento como relação amorosa, enquanto todos os homens do grupo, definiram casamento como constituição de família. Estes resultados podem explicar, em parte, o fato de a demanda de separação conjugal apresentar-se como predominantemente feminina”. 





Reef: Féres-Carneiro T -Casamento contemporâneo: o difícil convívio da individualidade com a conjugalidade. Psicol. Reflex. Crit. v.11 n.2 Porto Alegre 1998

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...